domingo, 8 de maio de 2011

Tudo que é sólido desmacha no ar

Os estudos da Comunicação de Massa, sempre estiveram na vanguarda do que atualmente, entendemos como Globalização. Com o advento do rádio, do cinema, Theodor Adorno( 1903-1969) e outros membros da aclamada Escola de Frankfurt, já em 1949, publicavam suas críticas à aquilo que eles chamaram de Indústria Cultural – rádio, cinema, televisão, música. Adorno entendia que a cultura estaria se padronizando em função da comunicação de massa,
 “pois a cultura confere a tudo um ar de semelhança. O cinema, o rádio e as revistas constituem um sistema. Cada setor é coerente em si mesmo e todos o são em conjunto. Até mesmo as manifestações estéticas de tendências políticas opostas entoam o mesmo louvor do ritmo do aço. Os decorativos prédios administrativos e os centros de exposição industriais mal se distinguem nos países autoritários e nos demais países. Os edifícios monumentais e luminosos que se elevam por toda parte são os sinais exteriores do engenhoso planejamento das corporações internacionais, para qual já se precipitava a livre iniciativa dos empresários, cujos monumentos são os sombrios prédios residenciais e comerciais de nossas desoladoras cidades.(ADORNO, 1949)
Desse modo, o que assistimos hoje é resultado de um processo globalizante que iniciou-se no dia em que o homem inventou a máquina a vapor, precursora da revolução industrial no século XVII, como observou Karl Marx,
“Tudo que é sólido desmancha no ar, tudo aquilo que é sagrado é profanado, e o homem finalmente se vê compelido a encarar, com sobriedade, suas verdadeiras condições de vida e suas relações com seus pares. A necessidade de um mercado em constante expansão para seus produtos atormenta a burguesia em todo o planeta. Ela precisa imiscuir-se por toda parte, estabelecer-se em todos os lugares, forjar seus elos por todo lado. A exploração do mercado mundial pela burguesia permitiu-lhe conferir um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países...”(MARX, 1848)
Desde então, com o desenvolvimento de tecnologias os negócios vêm se impondo acima das bandeiras nacionais e o que vemos é um mundo consumindo cada vez mais produtos parecidos nos quatro cantos do planeta. O desenvolvimento das tecnologias da informação, potencializam esse processo, pois facilitam a promoção, as transações e o acesso aos produtos. Por exemplo, a chegada da internet, derrubou os últimos muros que dividiam as nações, pois é cada vez mais fácil você conseguir um produto( um celular, um livro, DVD...) que é produzido na Malásia, importado pela norte-americana Amazon, revendidos para um engenheiro Mexicano, que trabalha em São Paulo em uma multinacional Espanhola. Essa cadeia internacional de negócios, só foi possível com o advento da internet que viabiliza tal cadeia de eventos.  E com isso, as barreiras culturais também se diluem, pois hoje não é difícil encontrar um jovem nascido no nordeste do Brasil, país do futebol, vestindo a camisa 10 do Argentino Lionel Messi do Barcelona da Espanha. 

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