Um dia o filósofo disse que não há nada mais por experimentar na arte. Ele estava enganado. Paula Rego, nos apresenta uma proposta que contradiz é justamente a antítese dessa afirmação. No início de sua carreira, a pintora apresenta um trabalho que mescla gravuras, desenhos e os pastéis, estilo que lhe acompanharia por toda a carreira. Através de um antropozoomorfismo, cita a autora -"Faço pessoas que são bichos e bichos que são pessoas", e dá início a uma jornada metamórfica partindo do que poderíamos chamar de uma fase de amadurecimento técnico e político, para uma outra já mais denunciativa que busca mostrar as relações de poder que existem entre homem e a mulher na sociedade. Em sua exposição na Pinacoteca do Estado de São Paulo, o
público pode apreciar sua obra, repleta de significados e expressões das relações familiares, em uma cronologia que parte de seus primeiros quadros pintados na década de 1950 à seus últimos trabalhos apresentados em 2007. Uma excelente oportunidade de assistir o desenvolvimento de uma artista que, com a medida que seguia a sua vida, foi desenvolvendo um estilo próprio, inconfundível e incomparável. A última instalação é soberba, misturando pintura pastel, bonecos em tamanho real, encenando uma situação que impressiona os olhos e o espírito de quem assiste.
Mais informações sobre a exposição da artista em São Paulo, acesse http://www.pinacoteca.org.br/pinacoteca/default.aspx?c=exposicoes&idexp=533&mn=
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